Transtorno Bipolar – Por Gilmara Somensari

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Transtorno Bipolar – Entender para não ter preconceito!

Em primeiro lugar é preciso fazer uma diferenciação entre o transtorno bipolar e a psicose maníaca depressiva (PMD). O bipolar apresenta a alteração de humor caracterizada por episódios repetidos, ou alternados, de mania e depressão. O problema costuma ser identificado entre 15 a 25 anos, já que na infância fica mais difícil para perceber. O PMD tem as mesmas características, porém apresentando traços psicóticos. As psicoses podem ser bem diferentes entre si, e o que elas têm essencialmente em comum é a perda da percepção do real: alucinações, paranoia e por aí vai…

No transtorno bipolar as mudanças de humor duram pelo menos uma semana, podendo durar meses. Porém existem casos de ciclagem mais rápida. A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento tais como: parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida.
Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

Existem vários tipos de substâncias usadas no tratamento do transtorno bipolar, dependendo do estado em que o paciente se encontra: estabilizadores do humor, antidepressivos. Para tratar uma crise de depressão pode ser necessário o uso de antidepressivos, se os estabilizadores do humor não forem suficientemente eficazes. Em uma hipomania apenas estabilizadores do humor podem resolver.

Os antidepressivos corrigem a falta de neurotransmissores. Para que haja comunicação entre os neurônios, os neurotransmissores fazem a ligação. O estresse e a hiperexcitação desencadeiam períodos de depressão. Nesses casos ocorre uma produção excessiva de neurotransmissores receptadores e os neurônios recolhem ou liberam os neurotransmissores conforme a necessidade. A depressão é consequência da falta de disponibilidade desses neurotransmissores. A função do antidepressivo é aumentar a quantidade deles. O antidepressivo engana o cérebro se passando por um e sendo recolhido no lugar dos verdadeiros. Isso permite que haja uma maior quantidade de neurotransmissores evitando assim, que ocorra a falha na comunicação entre os neurônios.

Em um processo seletivo, o bipolar que disputa uma vaga de emprego e que age com sinceridade abrindo o jogo sobre sua condição, corre sério risco de sofrer preconceito. Existem muitos selecionadores que ignoram o que acontecem com um bipolar e acreditam que são todos PMD. Abortam o andamento da seleção por pura ignorância. O que esses selecionadores não sabem é que ao excluir um candidato bipolar está correndo o risco de deixar de ter em seu grupo de trabalho uma pessoa extremamente dedicada e competente. Digo isso, porque esse grupo não deixa de possuir as qualidades de um bom candidato e muitas vezes apresentam genialidade no que fazem.

É importante que o bipolar procure se conhecer melhor, participe do processo psicoterápico e não abra mão dos medicamentos adequados. Conheço muitos que conseguiram dominar o problema e vive uma vida normal.

Espero que esse artigo possa auxiliar no entendimento do que é ser portador de transtorno bipolar. Quem sabe assim, evitamos mais uma desculpa para o preconceito.

Gilmara Somensari – CRP 06/49605-9 – Psicóloga Clínica – Especialista em Hipnose – Acupunturista

E-mail: gsomensari@gmail.com

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