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O significado da palavra Fitoterapia deriva do grego phyton significa “planta” e therapeia “tratamento”. É o tratamento de doenças mediante o uso de plantas e ervas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas tais como: chás, tinturas, xaropes e óleos medicinais (sem utilização de substâncias ativas isoladas).
Devido a sua eficácia, faz parte do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) implantada em 2006, cujas diretrizes incluem os serviços de medicina tradicional chinesa/acupuntura e fitoterapia, entre outras.
As plantas medicinais em algumas culturas, como a indígena, eram utilizadas em rituais de cura, em outras culturas que desenvolveram sistemas médicos tradicionais, foram utilizadas terapias a base de plantas, como é o caso da Medicina Tradicional Chinesa (MTC).
Diferente da fitoterapia tradicional ocidental, na MTC a ação das ervas é definida pela sua capacidade de agir nos canais energéticos dos órgãos. A fitoterapia chinesa trata os desequilíbrios funcionais – drena os excessos e tonifica as deficiências. Ex.: as ervas frias drenam o Calor e Fogo, as ervas quentes expulsam o Frio, as ervas tonificam deficiências de Yin, Yang, Xue ou Jing. São exemplos de ervas medicinais chinesas famosas:
- Angelica polymorpha var. sinensis (Danggui, Dongquai);
- Artemisia annua (Qing Ha);
- Ephedra sinica (Ma Huang);
- Paeonia lactiflora (Bai Shao Yao);
- Panax ginseng (Ren Shen);
- Rheum palmatum (Da Huang).
Na fitoterapia chinesa as ervas são classificadas quanto:
- Sabor;
- Temperatura;
- Propriedades térmicas;
- Direção da ação energética;
- Meridianos e Zang Fu associados;
- Forma;
- Cor;
- Toxicidade;
- Nível de ação.
As propriedades térmicas das ervas podem ser classificadas como:
- Quente;
- Frio;
- Morno;
- Fresco;
- Neutro.
São consideradas Yang na natureza as ervas com propriedades mornas ou quentes. Essas ervas têm o poder de dispersar o vento e o frio, aquecer o baço e o estomago, reabastecer o Yang, possuem ações fortificantes e estimulantes.
São exemplos de ervas que contêm essa natureza:
- Gengibre seco;
- Canela.
Quanto às ervas com propriedades frias ou frescas, elas são Yin em sua natureza, eliminam o calor, aliviam a inflamação, possui ação inibidora e sedativa.
Os cinco sabores estão associados aos cinco movimentos e aos Zang Fu (Órgãos e Vísceras).
Os cinco sabores são:
- Azedo;
- Amargo;
- Doce;
- Picante;
- Salgado.
O sabor azedo está associado ao elemento madeira, o amargo ao elemento fogo, o sabor doce está associado ao elemento terra, o picante ao elemento metal e o sabor salgado que está associado ao elemento água.
As ervas picantes ativam as circulações do Qi (Energia) e do Xue (Sangue), estimulam, dispersam e promovem o movimento de subida e fazem transpirar. As ervas de sabor doce exercem o efeito de tonificar e regularizar, as de sabor azedo possuem efeitos adstringentes, ervas de sabor amargo efeitos purgantes e fortalecedores e as de sabor salgado possuem efeitos purgantes e suavizastes.
A Fitoterapia utilizada em associação com a Acupuntura e seus vertentes tende a potencializar a eficácia terapêutica, podendo oferecer soluções eficazes e mais baratas para o tratamento de diversas enfermidades, quando utilizada em associação ou não a outros tipos de terapêuticas.
Considerada a importância e a seriedade com que deve ser abordada a manutenção da saúde, antes da inicializar o tratamento é indispensável que haja um diagnóstico correto, mesmo quando a terapêutica seja com fitoterápicos. O diagnóstico pode ser realizado através da palpação do pulso, da inspeção da língua, dos cabelos, das unhas, características das fezes, da urina, apetite, paladar, e o estado de saúde e o estado emocional do paciente.
A associação entre a Acupuntura e a Fitoterapia pode potencializar o efeito terapêutico de ambas as técnicas. Mas, para isso, é necessário que o acupunturista tenha um bom conhecimento sobre os fatores que causa a doença, sobre as síndromes energéticas, teoria do Yin-Yang e sobre a teoria dos cinco elementos, entre outros princípios teóricos fundamentais da MTC.
A Fitoterapia/Acupuntura proporciona benefícios, tais como: auxilia no combate a doenças infecciosas, disfunções metabólicas, doenças alérgicas e traumas diversos entre outros. A comprovação cientifica a respeito da eficácia dos fitoterápicos e da acupuntura têm feito com que cada vez mais ganhem espaço, destaque, reconhecimento e adeptos na comunidade científica.
Referências:
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EMERENCIANO, C. S.; ARAUJO, A. P. S. de. Fitoterapia na promoção de saúde e o seu uso na prática clínica da acupuntura UNINGÁ Revêem, n. 1, p. 26-33, jan 2010.
CARVALHO, M.C.G.; PIRES, R.L.; FLORINDO, W.S.; CAVALCANTI, A.S.S. Evidências para o uso de Indigo naturalis no tratamento da psoríase tipo placa: uma revisão sistemática. Natureza on line, v.8, n.3, p.127-131. 2010.
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ESMOT – Escola de Medicina Oriental e Terapêutica. Fitoterapia Chinesa. Portugal, 2007. Disponível em: < http://www.medicinachinesasapt.com/fitoterapia_chinesa.html >. Acesso em 10 jan 2020.
FEITOSA, E. N.; LIMA, D. K. S.; SANTOS, E. F. P.; LIMA, C. B.; SOUZA, M. A. Fitoterapia como uma alternativa na prevenção e tratamento de vulvovaginites. Anais do 7º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, Fortaleza: CBCENF, 2004.
Vânia Santos é enfermeira (Coren-SP 181.455), especialista em Medicina Tradicional Chinesa/Saúde Integral e professora de Acupuntura e Coordenadora do Ambulatório no Instituto Long Tao.
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Parabéns pelo conteúdo deste blog, fez um ótimo
trabalho!
Gostei muito.
um grande abraço!!!
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Olá, bom dia.Tudo bem?
Nós que agradecemos pelo seu comentário e ficamos felizes de você ter gostado!