Shonishin – Acupuntura Pediátrica Japonesa | Por José Trezza Netto

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Shonishin é um estilo de tratamento em que se utiliza instrumentos metálicos de toque que vão fazer estímulos pontuais precisos em pontos de acupuntura ou em regiões do corpo da criança ou dos bebês, buscando o equilíbrio energético.

Esta técnica foi criada e desenvolvida no Japão durante a era Edo (século XVII ao século XIX), é usada até os dias atuais e considerada como uma terapia eficiente para os mais diversos desequilíbrios energéticos que podem acometer as crianças e bebês.

Durante o período da Era Edo, muitas cidades-castelos cresceram, Osaka e Kyoto tornaram-se grandes centros de produção de artesanato e comércio, enquanto Edo era o centro do suprimento de comida e um essencial consumidor de mercadorias urbanas.

O stress dos cidadãos por causa do desenvolvimento econômico e do trabalho (preocupados com a competição financeira) afetou o comportamento dos bebês e crianças com pouca idade. Os bebês tornaram-se nervosos, irritados e ansiosos.

Esta síndrome foi chamada de Kan-no-Mushi (疳の虫), é um tipo de desequilíbrio da energia Ki em particular que ocorre em  crianças. Inclui hiperatividade, insônia e irritação noturna, comportamento agressivo.

O bebê geralmente adquire uma face avermelhada de irritação, joga objetos nos outros, bate e grita muito estridente. Também apresentam problemas de saúde emocionais, cólicas na barriga e outros sintomas.

Estes sintomas se apresentam a partir do primeiro mês de vida onde a musculatura do bebê torna-se tensa principalmente na área cervical e trapézio (Katakori) assim como na dorsal superior.

O estilo Shonishin foi o primeiro a reconhecer e tratar esta manifestação energética no corpo humano.

Os meridianos no bebê, assim como em crianças, antes de completar 13 anos encontram-se ainda incompletos em seus trajetos e número de pontos.

As rotas de energia Qi em crianças possuem poucas linhas comuns de circulação e distribuição da energia Qi para o corpo. Por isto, o tratamento em crianças se faz de uma forma diferente do que nos adultos, utilizando instrumentos metálicos e estimulação suave nos pontos e regiões onde detectamos o desequilíbrio.

O diagnóstico é feito pela observação de sinais sutis que aparecem na face e nos dedos dos bebês ou crianças.

Além do tratamento sistêmico, também podemos utilizar pontos localizados na orelha onde serão feitos estímulos pontuais com uma agulha específica para este fim, porém sem inserção, é a chamada Baby Auriculoterapia.

Nos dias de hoje, nesta situação de quarentena, muitas crianças se apresentam irritadas, ansiosas, agitadas pelo fato de não poderem sair de casa e nem poderem ir para a escola. Estes tratamentos são extremamente eficientes e proporcionam um bem estar muito grande.

Os pais agradecem.


José Trezza Netto é Acupunturista, possui formação com ênfase em Auriculoterapia Francesa e é professor do Instituto Long Tao.

Este texto foi enviado pelo profissional mencionado e seu conteúdo é de sua total responsabilidade.

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